Uma geração de mulheres entre três mundos
por Natasha Shaffer Founder & CEO NSCom
coworker HUS
A sociedade desde sua forma mais primitiva atribui funções colaborativas aos seus indivíduos. Buscar alimento, caçar, procriar, curar, educar e por aí vai. Faz um determinando tempo que sinto um descompasso entre o que é visto como função social da mulher e do que ela de fato realiza.
Esse descompasso começou por volta dos anos 70, quando as famílias deixaram de transmitir as suas filhas que o seu “papel social” está única e exclusivamente no lar e para a família. Do qual eu apoio 100% e sou totalmente adepta. Meus pais sempre ficaram muito mais satisfeitos com notas boas do que com quarto organizado. Poucas vezes vi meu pai tão alegre como em minha segunda graduação. Quando solteira, meu foco sempre esteve em minha carreira, com alguns idiomas, cursos nacionais e internacionais na bagagem. Quanto me tornei gerente na indústria da qual eu colaborava, trabalhando cerca de 12 horas por dia, eu casei e logo depois fiquei gravida. E foi exatamente neste ponto em que notei que existem determinadas funções sociais que ainda cabem somente a mulher somadas agora com as responsabilidades profissionais, que antes eram papel somente masculino.
Me vi com uma pequena flor colorida em minha casa, que encantava meus dias e fazia deles a mais completa bagunça. Uma casa cheia de necessidades e um marido que ainda trabalhava 12 horas por dia. Então eu pedi demissão, uma vez que minha licença maternidade não cobria nem o período de aleitamento da minha filha e fui cumprir meu papel no lar, o qual, faço com prazer. E essa é a história do começo da minha carreira como empreendedora. A necessidade de poder ter mais controle sobre a administração das minhas atividades, ser a mãe, a mulher vaidosa, a dona de casa e a esposa que eu almejo e mesmo assim ter minha carreia, contribuir financeiramente com as contas da casa e manter clientes internos e externos satisfeitos. Enquanto a tarefa social do homem permaneceu a mesma: trabalhar e contribuir financeiramente.
Antes de me casar, eu me revoltava por ganhar menos que os homens que tinham EXATAMENTE a mesma função que a minha, me desiludia em como a sociedade esperava de mim determinados comportamentos por ser mulher. Mas hoje, além dessa diferença gritante, o que me incomoda é a exaustão física e mental pela qual a mulher passa tentando suprir da melhor maneira possível três papéis totalmente diferentes. LAR/FILHOS, RELAÇÃO/VAIDADE E TRABALHO/FINANÇAS.
O objetivo deste texto não é me lamentar, mas é incentivar a todas as mulheres que o leem para que eduquem homens para dividir todas as tarefas com suas companheiras. Para que as funções sociais sejam enfim igualadas.